Melania Trump e Milei associados a golpe com memecoins
Um esquema de fraude envolvendo criptomoedas e celebridades, como Melania Trump e o presidente argentino Javier Milei, vem ganhando destaque. O caso foi trazido à tona por um processo coletivo que acusa Benjamin Chow, cofundador da Meteora, de orquestrar um golpe de impressionantes US$ 57 milhões.
O processo, protocolado no Tribunal do Distrito Sul de Nova York, alega que Chow liderou uma operação com fins fraudulentos utilizando tokens como M3M3, LIBRA, MELANIA, ENRON e TRUST. Os autores do processo afirmam que o golpe foi disfarçado como uma iniciativa de finanças descentralizadas, utilizando a imagem de figuras públicas para enganar investidores comuns em busca de criptoativos.
Estrutura do Esquema
A fraude começou com a construção de uma narrativa usando a fama de celebridades, seguida da manipulação do fornecimento de tokens por contas internas que realizavam transações nos primeiros momentos de negociação. O grupo promovia expectativas com influenciadores pagos, elevando os preços e controlando a negociação pública até garantir suas posições antes de liberar os tokens para o mercado.
Ao longo desse processo, os réus realizaram vendas massivas de tokens, drenando assim a liquidez. Para se manter ativo, o grupo sempre criava novos temas, mas as mesmas estratégias fraudulentas, repetindo o ciclo de manipulação.
O Golpe com o LIBRA
A estratégia utilizada no golpe do LIBRA foi similar. Em fevereiro de 2025, a conta verificada de Milei publicou o endereço do contrato na mesma hora que as negociações começaram, levando a uma corrida de investidores. O LIBRA foi promovido como uma moeda patriótica para revitalizar a economia argentina, mas horas após o lançamento, a carteira do criador retirou mais de US$ 110 milhões em liquidez, causando um colapso imediato no valor do token.
O caso de MELANIA seguia a mesma lógica, sendo vendido como a memecoin oficial da ex-primeira-dama. No entanto, carteiras ligadas à Meteora acumularam um terço do total de tokens em poucos minutos antes do lançamento, despejando-os durante o hype e fazendo com que o preço despencasse em mais de 90%.
Acusações e Consequências
Chow renunciou à Meteora em fevereiro de 2025, após as primeiras controvérsias ligadas ao LIBRA. Embora alguns colegas de projeto ainda confiem nele, os processos revelaram que Chow mantinha controle total sobre o sistema, ajustando parâmetros de liquidez e taxas de transações. Agora, o ex-cofundador enfrenta sete acusações, incluindo fraude e conspiração, sob a lei RICO por extorsão e fraude eletrônica.
Esse caso surge em um momento em que o papel dos projetos de criptomoedas ligados à família Trump está sob crescente investigação. Somente no último ano, esses projetos geraram cerca de US$ 1 bilhão em lucros antes de impostos. As moedas TRUMP e MELANIA, especificamente, arrecadaram aproximadamente US$ 427 milhões, mas passaram por quedas significativas, especialmente durante a posse presidencial, onde o valor de mercado da MELANIA desabou de US$ 2 bilhões para US$ 790 milhões.
Essas histórias nos lembram que é preciso ter cuidado ao navegar no mundo das criptomoedas, especialmente quando o glamour de celebridades está envolvido.





